Nesta sexta-feira (10), um novo boletim médico será divulgado informando se ele deve ou não passar por mais uma cirurgia.
Santarém - Os médicos do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA)
concederam uma entrevista coletiva, na tarde desta quinta-feira (9), para
explicar sobre o estado de saúde do médico neuropsiquiatra Edson Ferreira Filho,
baleado por um paciente na manhã de hoje dentro do hospital, enquanto
trabalhava. O médico foi atingido por quatro tiros, sendo que dois
atingiram o tórax, um acertou o ombro esquerdo e o outro atingiu o punho
direito.
O
médico foi submetido a uma cirurgia na tarde de hoje para a retirada das balas.
Segundo os médicos, a cirurgia durou aproximadamente quatro horas. As balas
continuam alojadas no corpo do médico. Após o procedimento, o neuropsiquiatra
precisou ser levado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde está sedado
e respira com ajuda de aparelhos. Nesta sexta-feira (10), um novo
boletim médico será divulgado, no qual será informado se ele deve ou não passar
por mais uma cirurgia.
Médico sendo
atendido pelos colegas no hospital. (Foto: Reprodução/TV
Tapajós)
Entenda o caso: O paciente Elionaldo dos Santos,
de 37 anos, atirou no médico neuropsiquiatra Edson Ferreira Filho, na manhã
desta quinta-feira (9), dentro do Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em
Santarém, oeste do Pará. Ele alegou que sofre de depressão e fazia tratamento
com o médico há 10 anos, tendo gasto muito dinheiro, mas nunca melhorou e, por
isso teria tomado essa atitude. “Há 10 anos que estou contando com ele. Ele
disse que em cinco meses eu ficaria bom. Com 10 anos eu não fiquei bom, fiquei
com raiva e fiz isso. Eu gastei o dinheiro do meu gado todinho e nunca fiquei
bom. E ele, só enganando. Aí, eu resolvi fazer esse negócio”, justifica o
atirador.
Elionaldo entrou no hospital com um revolver calibre 38,
roubado no município de Rurópolis, oeste do Pará, e disparou seis tiros contra o
neuropsiquiatra, acertando quatro balas no mesmo. Ele foi preso e
encaminhado à Penitenciária Agrícola Silvio Hall de Moura, e aguardará posição
da Justiça, que avaliará, por meio de exames, os problemas psicológicos que o
acusado afirma ter para determinar se ele continuará preso ou serão tomadas
outras atitudes.
Momento em que o
atirador é levado pelo Grupo Tático Operacional. (Foto: Reprodução/TV Tapajós)
Atendimentos no Hospital Regional: Quem estava esperando
atendimento nesta quinta-feira no Hospital Regional do Baixo Amazonas deverá
retornar em outra data a ser remarcada. O hospital fechou para atendimentos pelo
resto do dia. Estão paralisados os procedimentos eletivos, clínica, ambulatório
e laboratório. Estão funcionando apenas os serviços de hemodiálise e centro
cirúrgico.
No momento dos tiros, houve muita confusão e correria. "Entrou
uma senhora com uma criança, depois de uns três minutos, o cara [atirador]
entrou, empurrou a porta e atirou. Eu sai correndo, tropecei nos outros, cai,
andei engatinhando até que eu me levantei, entramos num consultório, fecharam.
Corremos e entramos noutro, tinham umas 20 pessoas nesse, engatou bolsa, camisa
na tranca da porta. Foi um sufoco", relatou uma paciente que testemunhou os
tiros.
"A gente estava próximos da sala. Só vi quando a moça do hospital
gritou. Eu não sou daqui. A gente vai voltar sem fazer o exame. Eu nunca passei
por um susto desses. A gente ficou tremendo. A gente nunca viu isso. Cidade
pequena nunca aconteceu isso", contou outra paciente.
"Fui ao banheiro,
quando sai com o meu filho, ouvimos o barulho de tiro e todo mundo correu,
ninguém sabia de nada. Depois foi que o Tático chegou foi que foram ver o doutor
Edson no chão. A gente se abala com um negócio desses. Desde os oito anos de
idade que ele consulta o meu filho", afirma uma paciente.
"Estava
marcados os meus exames. Agora, parou tudo. Até meus documentos ficaram
trancados. Acho que isso aqui tinha que ter uma segurança. Do jeito que eu
entrei com sacola, tinham que revistar as pessoas. Por isso que acontece uma
coisa dessas", ressalta um homem que aguardava atendimento.
Fonte: Redação Notapajos com informações de Débora
Rodrigues
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