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Junior Ribeiro
O protesto dos moradores de Miritituba bloqueando a estrada de acesso ao porto Bunge é um sinal de que a relação entre a comunidade e as empresas que estão se instalando no distrito não será muito harmoniosa. 

A população começa a perceber que os problemas vividos pela população não serão resolvidos com a mesma rapidez como foi falado e acertado entre a Associação dos Terminais Portuários - TAP e a prefeitura. A Bunge já está em plena atividade e outras empresas estão em fase de instalação, mas as contrapartidas negociadas pela prefeitura com a ATAP continuam apenas no papel. 

E assim, parte da comunidade já começa a sentir uma ponta de desconfiança no cumprimento desse acordo, e razão para essa desconfiança não falta. Basta lembrar as famílias que perderam suas casas naquele deslizamento de terras... Quatro anos depois, a maioria das famílias afetada pela tragédia ainda está perambulando pelo Distrito, sem ter um local para construir sua casa, pois o bairro prometido, como sempre, ficou somente na promessa.

O temor da comunidade, agora, é de que se as licenças ambientais forem liberadas antes das empresas cumprirem o que ficou acertado com a prefeitura, a negociação depois vai se tornar muito mais difícil. Por enquanto a comunidade assiste às carretas passando pelas ruas do distrito sem que os moradores até o momento tenham sido contemplados com o retorno social desses investimentos. E o que os moradores reivindicam é apenas o básico, como a melhoria das ruas, energia elétrica de qualidade e água potável, água que os próprios caminhoneiros que estiveram retidos no protesto reclamaram que tem gosto de ferrugem. 

É essa água que a maioria da população de Miritituba há décadas vem consumindo e muitas vezes ainda falta. Por mais desgastantes que esse tipo de movimento seja, esse é o único instrumento que a população dispõe para pressionar as empresas. Outra reclamação da comunidade é que Miritituba foi esquecida pela administração municipal, e até o Ministério Público que antes vinha acompanhando este caso, agora se distanciou dessa questão.

Se a prefeitura e os representantes políticos da comunidade insistirem em virar as costas para o povo de Miritituba, o desejo de emancipação que já se espalha no seio da comunidade com certeza vai ganhar mais força na medida em a população for se sentindo abandonada pelo governo municipal. A prefeitura não pode mirar apenas nos impostos que vão ser arrecadados com esses empreendimentos; é preciso, também, pensar no povo que quer apenas viver com um pouquinho mais de dignidade.

Jornalista Weliton Lima – comentário no Focalizando de quinta-feira, 10/04/2014  
Fonte: Jota Parente   

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