A Itaitubense
Emmanuelle Santiago é a vencedora do concurso de redação na categoria ensino
médio. Confira na íntegra a redação que premiou Emmanuelle Santiago Teixeira,
aluna da Escola Benedito Corrêa de Souza:
Utopia
“Pés
no chão, espingarda no ombro, o almoço na mão direita, uma mutum, acertada do
alto de uma frondosa árvore… no rosto um sorriso no canto dos lábios, mas o
olhar atento se perde na densidão da mata, típico de um nativo da floresta…”
Esta cena é a imagem que muitos têm do cidadão amazônico.
Tal
cena para a maioria é aceita como atual e verídica levando em consideração o
contexto social, geográfico e histórico do caboclo. É inimaginável para a
sociedade sulista, por exemplo, que muitas aldeias e pequenas cidades já tenham
serviço de banda larga, e disponham de GPS e se utilizem de micro blogs para
vendas de seus artesanatos e outras mercadorias na rede mundial.
Muitos
desconhecem a realidade vivida na Amazônia atual, onde o seu habitante, surge de
uma mistura de raças, nordestinos, indígenas, colonizadores, migrantes sulistas
e do centro oeste do Brasil. Pessoas que fixaram raízes nesta terra em busca de
sonhos e dias melhores. Muitos desses barrados pelas adversidades da grande
floresta que soberbamente impõe ao homem suas regras e barreiras naturais. São
garimpeiros, vaqueiros, fazendeiros, caminhoneiros, indígenas com ensino
superior, todos focados em usufruir e conquistar o melhor da vasta terra que se
mantem imponente.
Seria
insensato e utópico continuar imaginando uma Amazônia intacta onde seus
habitantes sonham em usufruí-la sem impacta-la, é contraditório e perplexo o
cenário de descaso das autoridades da nação diante da população que sobrevive em
meio a tantas dificuldades. Tanta terra inabitada e muitos não possuem casas
para morar, tanta fauna e flora abundante, porém, os índices de fome são
crescentes, a violência no campo é alarmante, sem esquecer a falta de estrutura
que o governo não dispõe para apropriação legal das terras da união.
Diante
disso, são necessárias urgentes ações de políticas públicas voltadas ao cidadão
amazônico, que está à mercê de decisões levadas em “banho – maria”, de um
congresso que ainda não se dispôs a observar o ser humano que tenta a todo custo
sobreviver em meio a péssimas condições. Todos os índios, brancos, pardos e
cafuzos amazônicos almejam com o despertar da população brasileira, para a
verdadeira realidade de misérias no qual o pano de fundo é a grande floresta
Amazônica.
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