Aconteceu na tarde de terça feira,26, no
plenário da Câmara Municipal, a esperada audiência pública a respeito do
transporte fluvial e rodoviário entre Itaituba e Santarém. Mas, foi o problema
das viagens de barco e lancha nesse trecho que tomou conta.
De
Belém vieram alguns importantes diretores da ARCON, a começar pelo diretor
geral, Antônio Bentes de Figueiredo Neto. Além dele, estiveram presentes a
advogada Ana Cristina, procuradora jurídica, Américo Castro Ribeiro, ouvidor e
Antônio Valdez, gerente de hidroviário.
O
chefe de gabinete da prefeita Eliene Nunes, representando a mesma que se
encontrava em Uruará, César Aguiar, lembrou que há dez anos houve uma
audiência pública com esse mesmo fim, num momento em que a situação nessa linha
era crítica, com inúmeras reclamações. Na época esteve aqui o diretor da ARCON,
Ronaldo Barata, que já morreu.
César disse que não houve avanços daquele tempo para os dias de hoje,
pois ainda existem barcos que estão nessa linha desde a década de 1980. Muitos
ganharam muito dinheiro, compraram barcos maiores e mais confortáveis, mas,
colocaram para viajara para outras cidades. Ele também falou que é preciso
rediscutir esse modelo que está em vigência, com treze embarcações fazendo a
viagem nesse trecho.
O vereador Isaac Dias, solicitou a audiência pública, afirmou que
os passageiros são tratados como mercadoria por muitos donos de barcos. Não há
nenhum tipo de respeito pelas pessoas. Ele reclamou do fato de não ser
respeitado o direito do passageiro, que estava escrito num folder da ARCON, de
comprar a passagem com até sete dias de antecedência.
Outra reclamação do vereador foi quanto ao fato que ele disse que existe,
de o passageiro comprar a passagem para um determinado barco, mas, na hora da
saída, o barco disponibilizado é menor e menos confortável. Isso, naturalmente
em Santarém.
O
advogado Eliezer Soares fez sérias acusações. Começou dizendo que deu entrada
numa denúncia no Ministério Público Estadual, em junho do ano passado, mas, até
o momento não tinha recebido nenhuma respostas.
Ele
citou o fato de saírem três barcos na década de 1980, enquanto hoje sai apenas
um e continuam sendo os mesmos barcos. Falou da falta de higiene que predomina
em muitas embarcações e ressaltou que as pessoas tem medo de
denunciar.
Eliezer citou um episódio ocorrido ano passado, quando ele reclamou de um
dono de barco sobre um determinado problema. Isso, no terminal hidroviário de
Itaituba. O homem saiu resmungando, dizendo que o advogado falava demais e que
por isso poderia acabar com uma bala na cabeça.
Depois, se pronunciou o empresário Sebastião Lima, proprietário do
barco motor Natureza, que começou dizendo que a ARCON credenciou cada
embarcação dessas. Disse que tem se esforçado para prestar um bom serviço em sua
embarcação. Quando ele entrou na linha eram apenas cinco barcos, o que
possibilitava um bom faturamento. Foi nessa época que ele conseguiu fazer os
maiores investimentos em seu negócio. Depois entraram mais seis barcos e mais
tarde, mais dois.
Dava para fazer até seis viagens por mês, no começo. A linha era
rentável, lembrou Sabá. Hoje não há como fazer investimentos. Ele afirmou que a
ARCON tem grande responsabilidade por essa situação. Eximiu a atual diretoria de
qualquer tipo de culpa, mas, não poupou diretorias passadas.
A
professora Antonieta Lima denunciou e pediu providência contra um abuso que
consiste em alguns donos de barcos dificultarem ao máximo a viagem gratuita de
idosos, mesmo dentro da cota estabelecida. Mas, se a pessoa pedir para pagar
meia passagem é autorizada na hora a viajar.
Sete vereadores da Câmara Municipal de Aveiro estiveram presentes, dois
dos quais se pronunciaram, reclamando do fato de que muitas vezes o barco não
para naquela cidade, nem em Brasília e Fordlândia, deixando as pessoas em
situação difícil, pois muitas vezes tem coisas para resolver na cidade de
destino, principalmente rumo a Santarém.
César Aguiar voltou a falar, tocando na questão das lanchas serem
muito barulhentas e desconfortáveis. Disse que existem alguns donos de barcos
que se destacam pela grosseria. Lembrou que existe o Sebastião Lima, que trata
muito bem seus passageiros, mas, na outra ponta existe uma senhora que comanda
um barco, cujo apelido é Pit Bull, alcunha que já dá bem uma ideia de como ela
trata quem viaja em seu barco.
O promotor público Manoel Adilton disse ao advogado Eliezer
Soares, que sua denúncia foi encaminhada para a ARCON em 10 de outubro do ano
passado. O pessoal do órgão ficou calado. Disse que muitos barcos diminuem a
velocidade para gastar menos combustível, demorando mais tempo para chegar ao
destino final.
O bom tratamento dispensado por Sebastião Lima e por sua
tripulação foi destacado por alguns dos que falaram. E isso não se deveu ao fato
dele ser o único proprietário de barco presente. Esse é um fato de largo
conhecimento de todos aqueles que tiveram oportunidade de viajar no barco
Natureza, desde sempre, durante esses dezoito anos em que ele está nessa linha.
Os demais donos de barcos ou lanchas não apareceram.
No
final foi informado pela direção da ARCON, que o grupo técnico do órgão deverá
retornar a Itaituba até a metade de abril. Tudo que foi dito hoje foi gravado e
será levado para Belém.
O diretor geral, Antônio
Bentes ficou de dar um retorno com medidas para solucionar. Ele sussurrou ao
ouvido do presidente da Câmara Wescley Tomaz, que não vai ter jeito, a ARCON vai
ter que abrir licitação para novas embarcações poderem concorrer a essa
linha.
É
óbvio que se isso acontecer, mesmo, ocorrerá um processo quase natural de
seleção, pois, se houver mais de um barco saindo no mesmo dia e hora, a
concorrência fará com sobreviva quem oferecer o melhor serviço, seja no tocante
ao conforto e rapidez, como também na qualidade do tratamento dispensado aos
passageiros, pelo dono e por sua tripulação.
Fonte texto: http://jotaparente.blogspot.com.br/
Fotos: tv- record-Itaituba
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