O agricultor José Rodrigues Moreira, acusado de
planejar e financiar o assassinato do casal de extrativistas José Claudio e
Maria do Espírito Santo, foi absolvido na noite desta quinta-feira (4), após
dois dias de julgamento no Fórum de Marabá.
As vítimas, que foram mortas em maio
de 2011, denunciavam casos de extração ilegal de madeira e grilagem de terras no
assentamento Praialta Piranheira, em Nova Ipixuna. Os outros dois acusados de envolvimento no
assassinato foram condenados pela participação na morte do casal: Alberto Lopes
do Nascimento foi considerado culpado de duplo homicídio triplamente qualificado
e sentenciado a 45 anos de prisão em regime fechado. Os jurados também
entenderam que Lindonjonson Silva Rocha participou da emboscada. Ele foi
condenado por homicídio duplamente qualificado e sentenciado a 42 anos e 8 meses
de prisão. Eles vão continuar presos no presídio de Marabá, onde estavam há 1 ano e 6
meses.
Julgamento:
O julgamento dos réus acusados de terem participado da morte do casal de extrativistas durou dois dias. Na quarta-feira (3) foram ouvidas 16 testemunhas. Durante a manhã desta quinta, ocorreram os debates entre acusação e promotoria, que tiveram duas horas e meia para expor seus pontos de vista. Após intervalo de meia hora para o almoço às 14h30, os jurados se reuniram na sala secreta para discutir o destino dos réus, de onde só saíram por volta de 18h35 após três horas de reunião.
O julgamento dos réus acusados de terem participado da morte do casal de extrativistas durou dois dias. Na quarta-feira (3) foram ouvidas 16 testemunhas. Durante a manhã desta quinta, ocorreram os debates entre acusação e promotoria, que tiveram duas horas e meia para expor seus pontos de vista. Após intervalo de meia hora para o almoço às 14h30, os jurados se reuniram na sala secreta para discutir o destino dos réus, de onde só saíram por volta de 18h35 após três horas de reunião.
A defesa dos réus sustentou durante os dois dias de julgamento que houve falhas no processo. Os três acusados estavam presos preventivamente após uma decisão do Tribunal de Justiça do Pará publicada em dezembro de 2011.

Casal foi morto em 2011 no Pará
(Foto: Divulgação/Arquivo CNS)
Entenda o caso(Foto: Divulgação/Arquivo CNS)
José Cláudio e Maria do Espírito Santo foram mortos no dia 24 de maio de 2011. Eles seguiam de moto por uma estrada na zona rural de Nova Ipixuna, quando foram abordados e mortos pelos assassinos. José Cláudio teve uma das orelhas cortadas quando ainda estava vivo. Os peritos localizaram uma máscara de mergulho na cena do crime que continha material genético de um dos réus condenados. Na casa do agricultor José Rodrigues Moreira foi encontrado o equipamento de mergulho.
Meses antes de suas mortes, José Cláudio e Maria denunciaram as ameaças que estavam sofrendo e apontavam fazendeiros e madeireiros como os ameaçadores. As entidades esperavam que o inquérito da Polícia Federal sobre o caso pudesse avançar na identificação de outros suspeitos do crime. Em junho de 2011, após a morte do casal a Força Nacional de Segurança escoltou duas famílias de agricultores que estavam sofrendo ameaças de morte no assentamento Praialta Piranheira, em Nova Ipixuna. Eles viviam no mesmo local onde os extrativistas José Cláudio e Maria foram mortos.


Ameaças
Em audiência pública realizada na noite de terça-feira (2) no auditório da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Marabá, Claudelice disse que cobrou posicionamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) pela inclusão do nome da mulher de Moreira em uma lista de beneficiários de um projeto de reforma agrária no Pará. Ela também relatou que a irmã Laísa, que ainda vive no assentamento, ainda sofre ameaças de morte. Ela segue com os cultivos sustentáveis de José Cláudio.

Em março de 2013 a CPT denunciou ao Ministério
Público que a esposa do então acusado José Rodrigues havia sido incluída em um
programa do Incra. O documento detalhando a inclusão
de Antônia Nery Sousa foi entregue ao Ministério Público Federal de Marabá.
O Ministério Público Federal e o Incra divulgaram documento explicando que o
nome de Antônia foi incluído por equívoco no Sistema de Informação de Projetos
de Reforma Agrária (Sipra)
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