Salário Mínimo foi criado por Getúlio Vargas no dia do trabalhador em 1940. Segundo Dieese, remuneração não confere poder de compra no Pará.
Apesar de ter ganhos reais, mínimo não dá poder
de
compra ao paraense. (Foto: Natália Mello/ G1).
No dia 1º de maio de 1940 o presidente Getúlio Vargas assinou o decreto 2.162
criando o salário mínimo. 73 anos depois, cerca de 40% da população trabalhadora
do pará sobrevive com esta remuneração ao longo do mês. Segundo o Departamento
Intersindical de de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mesmo
obtendo ganhos reais (acima da inflação) nos últimos anos, o salário mínimo
compra pouco e não atende ao que determina a constituição.
Em todo o país, entre abril de 2002 e janeiro de 2013 o valor do salário
mínimo passou de R$ 200 para R$ 622, um aumento 239% que representa ganho real
de 70,49% - o maior desde a sua criação. Porém, apesar do aumento, ele ainda não
confere poder de compra para a população: na verdade, em valores atualizados, o
valor do mínimo nas décadas de 50 e 60 seria maior que o de hoje: algo em torno
de R$ 1.800.
Impacto na alimentação: Segundo o Dieese, dos cerca de 3,5
milhões de trabalhadores do estado do Pará, quase 1,4 milhão (cerca de 40%)
recebe salário mínimo. Com a cesta básica do paraense custando em torno de R$
291, este trabalhador gasta quase 47% da sua remuneração apenas para comprar os
12 itens da alimentação básica. Ainda de acordo com o Dieese, desde o começo do
Plano Real o mínimo não consegue garantir a alimentação de uma família de quatro
pessoas, que custa em torno de R$ 875,58.
A vendedora Kelly Valadares tem 29 anos, ganha um salário mínimo e conta que
a remuneração não é suficiente. "Antigamente as pessoas conseguiam sobreviver
com o mínimo, mas as necessidades vão aumentando. Dá para fazer supermercado,
mas tem que pesquisar bastante", conta a vendedora, que gasta semanalmente R$
200 com alimentação.
Por conta do custo da cesta básica, que compromete o orçamento, ela diz que
precisa planejar com cuidado as compras da casa. "Já deixei de comprar o que eu
gostaria de ter, por exemplo televisão LCD ou LED, a gente acaba deixando para
depois porque não dá pra comprar. Tem que se programar de toda forma pra
adquirir, parcelar em até dois anos pra poder conseguir.
O salário mínimo
deveria ser de pelo menos R$ 1000, porque o aluguel está caro e cesta básica é
muito cara, mas acho que esse valor já estaria bom", avalia.
Fonte: G-1
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