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O vídeo provocou indignação tanto entre os partidários do presidente sírio como entre figuras da oposição
Um vídeo amador postado na Internet mostra um rebelde da cidade de Homs cortando o peito de um soldado mortoReprodução/YouTube.
Um vídeo de um comandante rebelde sírio arrancando e mordendo o coração de um soldado é emblemático de uma guerra civil que se transformou rapidamente numa batalha de ódio sectário e assassinatos por vingança, disse a organização humanitária Human Rights Watch nesta segunda-feira (13). O grupo com sede em Nova York disse que um vídeo amador postado na internet no domingo (12) mostra Abu Sakkar, um dos fundadores da Brigada Farouq conhecido por jornalistas como um rebelde da cidade de Homs, cortando o peito de um soldado morto.

O vídeo provocou indignação tanto entre os partidários do presidente sírio, Bashar al Assad, como entre figuras da oposição. "Juro por Deus, vamos comer seus corações e seus fígados, seus soldados de Bashar, o cão", diz o homem para companheiros fora de quadro no vídeo que aplaudem e gritam "Allahu akbar [Deus é grande]".

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O conflito sírio começou com protestos pacíficos em março de 2011, mas estes foram suprimidos gradualmente por uma guerra civil cada vez mais sectária que, de acordo com um grupo de oposição, já custou mais de 80 mil vidas.

Peter Bouckaert, da Human Rights Watch, disse que tinha visto uma cópia do vídeo original não editado e que a identidade de Abu Sakkar foi confirmada por fontes rebeldes em Homs e por imagens dele em outros vídeos usando o mesmo casaco preto, assim como no mais recente vídeo, e com os mesmos anéis em seus dedos.

"A mutilação dos corpos dos inimigos é um crime de guerra. Mas a questão ainda mais grave é a descida muito rápida a uma retórica sectária e à violência", disse Bouckaert.
Ele disse que, na versão não editada do filme, Abu Sakkar instrui seus homens a "abater os alauítas e levar seus corações para comê-los", antes de ele próprio morder o coração.


Os rebeldes sírios prometeram nesta quarta-feira (15) punir o homem que apareceu em um vídeo arrancando os órgãos de um militar sírio e o levando à boca.

"Todos os atos contrários aos valores pelos quais o povo sírio está pagando com seu sangue e perdendo suas casas não serão tolerados. O culpado de abusos será punido com rigor, inclusive se for membro do Exército Livre da Síria", afirma um comunicado do principal grupo da oposição. O vídeo gerou indignação em todo o mundo e voltou a destacar as denúncias de crimes de guerra.


Nas imagens, um homem arranca, aparentemente, o pulmão e partes do coração do soldado antes de dizer: "Juramos diante de Deus que comeremos seus corações e seus fígados, soldados de Bashar, o cão".
O cadáver seria de um soldado que faz parte das tropas do governo do presidente Bashar al Assad, cujo governo enfrenta, desde março de 2011, uma revolta popular que se tornou uma guerra civil.
Na época da gravação, o rebelde acreditava estar comendo o fígado do soldado. Mas, segundo um cirurgião consultado pela revista norte-americana Time, trata-se mesmo de um pulmão.

A revista afirma ter tido acesso à gravação no mês passado, mas resolveu não publicá-la com receio de que fosse falsa. O vídeo acabou sendo publicado no dia 12 de maio em um site pró-regime Assad, ganhando em seguida o Facebook e o YouTube. O Exército Livre da Síria afirma ter dado instruções para que se "inicie rapidamente uma investigação sobre os fatos e para que o responsável seja levado à Justiça".
Também tentará determinar se o rebelde que aparece no vídeo é membro do ELS.

VEJA O VÍDEO: 



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