O jornal britânico The Guardian publicou nesta quarta-feira uma reportagem de dois correspondentes internacionais no Brasil, um do próprio Guardian e outro da rede de televisão Al Jazeera. Os jornalistas cobriram o caso do assassinato de José Cláudio da Silva e Maria do Espírito Santo, o casal de extrativistas da Amazônia morto no dia 24 de maio no Pará.
Na reportagem, os jornalistas colocam em xeque a capacidade do Brasil de proteger seus cidadãos. Nos últimos anos, o governo brasileiro tem feito progressos significativos na redução do desmatamento da maior floresta tropical do mundo, reduzindo a área de floresta desmatada de 10,5 mil km2 em 2004 para 2,3 mil km2 no ano passado. Mas os assassinatos brutais mostram uma verdade incômoda: as autoridades podem parar a derrubada das árvores, mas não o “corte” de ambientalistas.
Além da reportagem, os jornalistas produziram um documentário sobre o caso, que foi veículado nesta quinta-feira na Al Jazeera, chamado The Crying Forest. O documentário tenta mostrar a realidade da população local, e mostra entrevistas com pessoas da região e familiares do casal de extrativistas, como Claudelice Silva dos Santos, irmã mais nova de José Cláudio.
As entrevistas mostram a dificuldade da população da Amazônia em enfrentar a violência e defender a floresta. “Há tanta coisa boa no Brasil. A Amazônia é linda, e deve ser preservada. Mas é isso [o assassinato] o que acontece àquelas pessoas que tentam protegê-la”, disse Claudelice.
Bruno Calixto
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