Última estimativa aponta que óleo se espalhou por 163 km², ou 16,3 mil campos de futebol. O vazamento de petróleo em uma área de exploração da empresa norte-americana Chevron na Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro, chega aos 12 dias com uma dúvida: qual a real dimensão da mancha que se espalha pelo Oceano Atlântico?  
A Chevron chegou a dizer que a área afetada pela mancha foi de 1,8 km², no entanto, a estimativa de fiscais da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) é de que a área diretamente afetada seja de quase 12 km², pelo menos seis vezes maior que o divulgado.

De qualquer forma, as marcas de óleo chegaram a atingir pontos espalhados por pelo menos 163 km². O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, acusou, na sexta-feira (18), a empresa petrolífera Chevron de ter subestimado a quantidade real de petróleo vazado do Campo de Frade, na bacia de Campos.

Também há divergências sobre o volume que teria vazado. A ANP diverge também desses valores e afirma que pelas condições em que se encontra a mancha, o vazamento foi de, pelo menos 200 a 330 barris por dia, o equivalente a 50 mil litros de petróleo a cada 24 horas. A empresa se recusa a dar a estimativa atual do volume que teria vazado.

A mancha, situada a 120 km da costa de Campos, e estaria se afastando em direção ao Sudeste, para alto mar. A Polícia federal apura ainda a informação de que o poço foi perfurado em uma extensão 500 m além do permitido. Até o domingo (20), sete funcionários da empresa foram intimados a dar esclarecimentos a partir desta segunda-feira (21). Também foram chamados os engenheiros que trabalham na plataforma.

O delegado Fábio Scliar, responsável pelas, informou no sábado (19) que a empresa Chevron, responsável pela extração do petróleo, pode ser indiciada duas vezes por crime ambiental. O secretário Carlos Minc informou que a empresa está jogando areia no óleo que está sobre a superfície para que ele desça de volta para o fundo do mar. Caso isso seja comprovado, a empresa será responsabilizada duas vezes: uma pelo vazamento em si e outra por usar essa técnica. O correto seria retirar o petróleo do mar, e não mandá-lo para baixo.

O poço onde começou o vazamento é o campo de Frade, na Bacia de Campos, tem capacidade para produzir 75 mil barris de petróleo por dia. Com esse número, o local é o oitavo maior campo em exploração do país.

A Chevron detém 52% das ações deste poço seguido de 30% de participação da Petrobras e 18% do consórcio japonês Frade Japão. Segundo a multinacional, 18 navios estão tentando conter a mancha de óleo e não permitir que ela se espalhe. Oito seriam são da própria Chevron e outros 10 cedidos pela Petrobras, Statoil, BP, Repsol e Shell.

Migração de espécies comprometida: No meio do caminho, havia óleo. Obstáculo difícil de superar por baleias como jubarte, minke-antártica, baleia-de-bryde e entre 20 e 25 espécies de golfinhos e pequenos cetáceos que usam a Bacia de Campos como rota migratória.

O óleo que vazou por pelo poço no Campo de Frade, operado pela Chevron Brasil, chegou a cobrir uma superfície equivalente a 16,3 mil campos de futebol. E o dano ambiental é difícil de mensurar. No acidente provocado por uma explosão na plataforma de perfuração da British Petroleum, no Golfo do México, em abril do ano passado, 800 milhões de litros de óleo vazaram por 87 dias.

Somente 2% das carcaças dos animais atingidos chegaram ao litoral, aponta o biólogo Salvatore Siciliano, coordenador do Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos da Região dos Lagos, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

As baleias jubarte, por exemplo, estão retornando para o Polo Sul. Depois de se alimentar durante o verão, no inverno elas nadaram em direção à linha do Equador, em busca de águas mais quentes para se reproduzir. Agora, voltam para a Antártica acompanhadas de seus filhotes.

O secretário de Estado do Ambiente, Carlos Minc, viu três delas nadando perto da mancha - uma a menos de 300 m de distância. Além dos mamíferos, o dano para as aves é agudo. Acredita-se que elas confundam a mancha de óleo com cardumes e, por isso, mergulhem no petróleo.


Fonte: R7

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