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A Câmara Municipal de Santarém vai dizer hoje se tem a coragem de romper de vez com o governo do Estado, quando colocar em votação o requerimento que concede a Simão Jatene o "título" de persona non grata no maior município do Oeste paraense. 

O requerimento foi apresentado ontem e obteve as assinaturas da maioria dos vereadores. Na mesma seção foram aprovadas duas moções de repúdio: uma ao próprio governador Jatene, pela sua participação da campanha do Não, e ao vice, o santareno Helenilson Pontes, por haver mudado de posição, calando-se durante a campanha.

Se, de fato, os vereadores aprovarem o persona non grata, será um fato inédito, pois isso significará que o governador não será bem-vindo a uma parte do próprio Estado que governa. Se isso ocorrer, resta esperar pelas consequências políticas desse ato e a sua repercussão dentro e fora do Pará.

A moção faz parte da decisão (ao menos nestes momentos imediatos pós-plebiscito, com os ânimos exaltados) de criar fatos políticos que demonstrem à opinião pública que os defensores do Tapajós se consideram parcialmente vitoriosos, haja vista o percentual médio de 95% de votos favoráveis em todos os municípios do Oeste, à exceção dos municípios da região do Xingu, que sequer deveriam ter entrado no projeto do novo Estado.

A seção da Câmara na manhã de hoje promete ser movimentada tanto quanto a de ontem, quando todos os discursos deram a senha da revolta com a festa estrondosa realizada na Doca, em Belém, no domingo.

História:  Se, de fato, Jatene vier a ser considerado indesejável em Santarém, esse fato tem um precedente mais ou menos parecido. Quem primeiro se insurgiu contra o governo do Pará, na região Oeste, foi a Câmara de Óbidos, nos idos de 1832, quando lá se refugiou o cônego Batista Campos, vice-presidente da Província.

Batista Campos estava com ordem de prisão determinada pelo presidente do Grão-Pará e, ao chegar a Óbidos, não só foi bem recebido pels lideranças locais, como a Câmara se reuniu extraordinariamente para declará-lo o vedadeiro presidente, rompendo de vez com o governo provincial.

Post scriptum: A expressão Persona Non Grata tem seu empego originado na diplomacia, isto é, na relação entre Estados soberanos. Significa pessoa não bem-vinda, ou pessoa ingrata. Quer dizer que aquele que é dessa forma classificado não deve comparecer ao lugar que lhe deu o título. É uma decisão grave, portanto.

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