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Junior Ribeiro
O pescoço amoleceu, os olhos reviraram, o corpo foi de encontro à lona em um momento de histeria coletiva por parte da torcida americana apinhada entre as cadeiras do MGM, Grand, em Las Vegas.
Desabou a lenda! É o fim de uma era de invencibilidade. Anderson Silva sucumbiu aos golpes de Chris Weidman no sábado passado e sofreu um nocaute espantoso. A quem previsse a derrota do até então campeão dos campeões. Só não imaginavam que seria da forma como foi. Soco no queixo. Nocaute clássico do boxe. Um feito inédito contra aquele que era apontado como imbatível na luta em pé. Nem Anderson está imune a golpes certeiros, fica a lição.

Anderson não considerava Weidman um rival do mesmo quilate de Vitor Belfort, Dan Henderson e Rich Franklin que acabaram derrotados por ele sem muita dificuldade. Para Anderson, o americano seria apenas mais uma vítima. Em conversas com a equipe, o lutador mais temido do mundo nunca apontou Weidman como um dos oponentes mais perigosos de sua carreira, apesar de muita gente arguta ter apostado na vitória do desafiante. 

Quando Anderson sentiu os primeiros golpes do rival, ele assumiu uma postura comum em suas lutas. O campeão baixou as mãos e se desviou dos socos do adversário com um jogo de pernas digno dos boxeadores lendários. Mas o menosprezo pelo rival cegou o dono do maior recorde de defesas de cinturão no UFC. Anderson passou a debochar do desafiante. Foi displicente. Se expôs a um perigo inimaginável para um campeão soberano e competente que persegue o posto de maior nome da história das lutas. Como me disse a enciclopédia do boxe Paulo Godinho,  "Anderson entrou para dançar como o ator Fred Astaire, quando o deveria fazer como Muhammad Ali". Ele não só dançou de maneira irresponsável, como insultou o oponente durante a luta, segundo afirmações de Renzo Gracie, treinador de Weidman. 

O preço da arrogância será caro para Anderson. Em fim de carreira, ele corre risco de ser superado em número de vitórias por outros campeões do UFC. Na cola dele estão Jon Jones, Georges ST Pierre e José Aldo. Apesar de ter sido campeão por sete anos, Anderson demorou para cair no gosto dos fãs brasileiros e gringos. Muita gente sempre o viu como um lutador prepotente, especialmente a partir da vitória contra Demian Maia, quando também xingou o rival e baixou a guarda. Mas Anderson tinha o respeito até dos que torciam contra, e isso ele perde depois da derrota do último sábado.

Antes apontado como o "Pelé do MMA", Anderson agora precisa correr atrás do prejuízo para se manter como o maior da história. O UFC planeja a revanche contra Weidman ainda para este ano. O brasileiro bom de muay thai tem que derrotá-lo duas vezes, e de maneira convincente, para preservar o legado de campeão dos campeões. E mais de que nunca precisa de uma vitória contra Jones ou ao menos uma derrota parelha se quiser ser de novo o "Pelé" desse esporte. Tem uma frase marcante de Anderson em que ele admite a amigos que o UFC é um evento "destruidor de reputações". Basta uma derrota para manchar uma carreira brilhante. O ex-campeão agora sente isso na pele. 

Ainda restam noves lutas no contrato com o UFC, mas o plano de Anderson antes da derrota para Weidman era o de se aposentar em no máximo mais quatro combates. Ele só assinou por dez lutas para ter mais controle do futuro e não ficar na mão do UFC que poderia obrigá-lo a se aposentar com o fim do contrato caso ele sofresse derrotas. Anderson, 38, está cansado da vida espartana de atleta de MMA, mas ele não seguirá na luta depois da derrota para Weidman, apesar de ter ameaçado nunca mais lutar pelo título no final do UFC 162.

Wiedman derrotou o mito em torno da invencibilidade de Anderson, mas não derrotou Anderson Silva. Ficou a impressão para todos, inclusive para o próprio Weidman, que Anderson o teria vencido sem muita dificuldade se o tivesse levado à sério. Anderson será de novo o campeão, não importa quem seja seu oponente. O sábado passado ficará marcado como o dia em que o maior vencedor do UFC pagou o preço por debochar de um desafiante. Que sirva a lição.

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