Barcos-Hospitais Papa Francisco e Papa João Paulo II atendem população em Itaituba e Aveiro

Desde o lançamento do projeto Barco Hospital, por iniciativa do religioso frei Francisco Belotti, incentivado pelo Papa Francisco, as embarcações que transportam toda uma estrutura hospitalar necessária para atender às comunidades carentes das regiões isoladas da Amazônia, percorrem os rios, em uma missão humanitária que promove a saúde em locais desprovidos de recursos da medicina. Desde que foi criado, em 2019, só o Barco Navio Hospital Papa Francisco já percorreu mais de 20 mil milhas fluviais, mudando a vida de comunidades ribeirinhas. Entre 2019 e julho de 2020, os profissionais médicos e auxiliares que compõem a equipe de saúde desta unidade fluvial realizaram mais de 45 mil atendimentos nos estados do Amazonas e Pará. Em viagens mais longas, a estrutura conta com o apoio de um outro Barco Hospital, o São João Paulo II. O projeto é coordenado pela freira irmã Vanessa Farinassi Ezequiel. Segundo ela, “é uma missão desafiadora, mas extremamente prazerosa. Com a graça e proteção de Deus, com intercessão de São Francisco de Assis, cumprimos com nossa tarefa de maneira a levar a saúde física e espiritual a pessoas que precisam de atenção”.

A iniciativa é da Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, em cooperação com as secretarias de Saúde dos Estados da Amazônia, compartilhada com as secretarias municipais. Pela primeira vez, os dois barcos estão prestando atendimento em Itaituba, começando pelo porto de Miritituba. Para o secretário Iamax Prado, da Saúde, é mais um ganho para a comunidade; um reforço ao que já é disponibilizado dentro de um programa de prevenção e cura, principalmente neste tempo de pandemia, em que o foco está voltado ao efetivo combate à Covid-19. “Nós ficamos muito felizes e gratos com a presença desses profissionais. Você vê que há boa vontade e humanização. Boa parte dessa equipe é voluntária, e isso torna o projeto cada vez melhor e mais abrangente. Esperamos contar mais vezes com esse tipo de parceria”, resume o secretário Iamax.

O atendimento nos barcos hospitais obedece ao padrão previsto no protocolo de prevenção ao contágio do Coronavírus, orientando ao público usuário sobre os procedimentos de proteção individual e coletiva. A equipe multidisciplinar conta com médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e apoio. Parte dessa equipe é de colaboradores das unidades fluviais. Outra é formada de profissionais que se deslocam de várias regiões do país para prestar um trabalho voluntário. Marcelo Vieira é um dos colaboradores da unidade. Ele considera o seu trabalho como uma missão de nobreza, e se diz realizado em poder auxiliar em um trabalho humanitário. “Nós fazemos um trabalho que está em pleno acordo com o que essa população precisa. Onde não há médico, nós levamos esse atendimento, e o resultado é sempre muito bom. Ficamos felizes com isso”, diz Marcelo Vieira.

A estrutura disponibiliza uma série de atendimentos, com consultórios médicos, odontológicos, centro cirúrgico, sala oftalmológica completa, laboratório de análises, sala de medicação, sala de vacinação e leitos de enfermaria, além de equipamentos para exames de raio-X, ultrassonografia, mamógrafo e eletrocardiograma. As equipes também trabalham na prevenção e diagnóstico precoce do câncer com a realização de exames e triagem. Para esses profissionais, o grande prazer em fazer o bem vem na forma de agradecimento, o resultado do trabalho, na ótica de quem recebe atendimento quando precisa. “Aqui nós vemos que há um grande espírito de solidariedade desses profissionais. E a comunidade precisa disso, principalmente em tempos difíceis como esse”, diz o autônomo Felipe Nascimento.

Expediente – O atendimento dos barcos hospitais Papa Francisco e Papa São João Paulo II se estende até esta sexta-feira (09) no porto de Miritituba. No sábado, o atendimento vai para a vila de Barreiras. No domingo (11), as embarcações estarão em Aveiro, começando por Brasília Legal. Na segunda-feira, o atendimento será em Fordlândia. Já na terça-feira, a sede de Aveiro recebe as unidades de saúde. A missão no Tapajós encerra na quarta-feira (14), na pequena comunidade aveirense de Cametá.